A trajetoria do Papa Bento XVI


Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, foi eleito em 19 de abril de 2005, após a morte do Papa João Paulo II, assumindo o posto mais alto da Igreja Católica aos 78 anos. Nesta segunda-feira (11), aos 85 anos, ele anunciou que vai renunciar no dia 28 de fevereiro de 2013.

Bento XVI nasceu em Marktl am Inn, município do estado da Bavária, na Alemanha, e cresceu durante o período em que o regime nazista ganhou força na região. Sua participação na Juventude de Hitler durante a adolescência gerou polêmica após sua eleição.

Ratzinger tem extensa carreira como estudioso das doutrinas católicas, tendo lecionado sobre teologia e dogma em diversas universidades, principalmente na Alemanha.

Ratzinger defende e reafirma a doutrina Católica, até mesmo lecionando sobre temas como controle de natalidade, homossexualidade e diálogo inter-religioso, todos de forma conservadora. Apesar do discurso de internacionalidade da Igreja, o novo Papa intensificou a rigidez moral.

Ratzinger é o oitavo Papa alemão. Considerado o braço direito de João Paulo II e com muitas opiniões semelhantes, ele era o favorito quando foi eleito devido a suas posições conservadoras, sua influência e trajetória na Igreja, seu conhecimento de idiomas e seus estudos, além de sua idade.

Apesar de suas posições conservadoras, ele buscou se atualizar, aderindo ao Twitter em dezembro de 2012. Sua primeira mensagem na plataforma foi "Queridos amigos, me uno a vocês com alegria por meio do Twitter. Obrigado por sua generosa resposta, abençoo a todos de coração", em várias línguas.

No domingo (10), ele postou a mensagem: “Devemos confiar no poder da misericórdia de Deus. Somos todos pecadores, mas Sua graça nos transforma e renova”. É o post mais recente no seu perfil no Twitter até a manhã desta segunda-feira (11).

Trajetória

Joseph Ratzinger nasceu no dia 16 de Abril de 1927, o mais novo de três irmãos, na diocese de Passau, e foi batizado no mesmo dia. Seus pais vinham de famílias modestas – o pai vinha de uma família de agricultores e sua mãe, filha de artesãos, havia trabalhado como cozinheira antes do casamento.

Seus primeiros anos de vida, até a adolescência, foram passados em Traunstein, perto da fronteira com a Áustria. Foi na região que o futuro Papa começou sua formação cristã e cultural.

No mesmo período ocorria a fortificação do regime nazista de Adolf Hitler na Alemanha, que mantinha uma grande hostilidade contra a Igreja Católica. Seu pai era contra o regime de Hitler, e Ratzinger se focou na igreja como uma forma de defesa em relação ao regime.

O Papa entrou no seminário preparatório em 1939, mas não conseguiu evitar as consequências do nazismo. Ele chegou a ser membro da Juventude de Hitler na adolescência, quando fazer parte do grupo se tornou mandatório, em 1941.

Em 1943, no fim da Segunda Guerra Mundial, Ratzinger e seus colegas de seminário foram convocados para os serviços auxiliares antiaéreos. Ele não chegou a participar das batalhas devido a uma infecção em um dos dedos, que não permitiu que ele aprendesse a atirar.

Após cerca de um ano, o Papa foi transferido para as unidades regulares do Exército. Em entrevistas, Ratzinger contou que viu judeus húngaros sendo levados para campos de concentração quando sua base era próxima da Hungria.

O Papa chegou a ser dispensado, mas acabou convocado novamente e desertou em abril de 1945. Ele foi capturado por soldados americanos e mantido prisioneiro de guerra por alguns meses.

Após ser libertado, no mesmo ano, Ratzinger voltou para o seminário na Universidade de Munique e foi ordenado padre em 29 de junho de 1951. Em 1953, ele obteve seu doutorado em teologia na mesma universidade, com a tese “Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho”.

Em 1957, foi aprovado na habilitação para ser professor e começou a lecionar teologia em Freising, em 1958.

O Papa se tornou professor da Universidade de Bonn em 1959. Ele também foi professor da Universidade de Muenster, entre 1963 e 1966, e lecionou teologia dogmática na Universidade de Tübingen – de onde, após protestos de estudantes, saiu em 1969 e seguiu para a Universidade de Regensburg. Lá, ocupou o cargo de vice-reitor.

Ratzinger já fez diversas publicações. O Vaticano destaca o livro “Introdução ao Cristianismo”, que compila lições universitárias publicadas em 1968, e o livro “Dogma e Revelação”, de 1973, uma antologia de ensaios, homilias e meditações. Seus livros se tornaram referência para aqueles que queriam se aprofundar no estudo da Teologia.

O último Papa também recebeu diversos títulos de doutor “honoris causa”: no College of St. Thomas em St. Paul, nos Estados Unidos; pela Universidade Católica de Eichstätt; pela Universidade Católica de Lima; pela Universidade Católica de Lublin; pela Universidade de Navarra; pela Livre Universidade Maria Santíssima Assunta, de Roma, em 1999; e pela Faculdade de Teologia da Universidade de Wroclaw.

Ratzinger domina seis idiomas alemão, italiano, francês, latim, inglês e castelhano, além de ter conhecimentos de português.

Amante da música clássica, Bento XVI toca piano e tem apreço especial pelas obras de Mozart.

Trajetória na Igreja Católica

Paralelamente aos trabalhos como professor de teologia, Ratzinger já contribuía para a Igreja Católica como perito do Concílio Vaticano II, entre 1962 e 1965. Ele também foi consultor teológico do Cardeal Joseph Frings, Arcebispo de Colónia. Por suas ideias, era visto na época como um reformista.

Com uma intensa atividade acadêmica e científica, o futuro Papa teve importantes cargos na Conferência Episcopal Alemã e na Comissão Teológica Internacional.

Em 25 de Março de 1977, ele foi nomeado Arcebispo de Munique e Freising pelo Papa Paulo VI. Recebeu a sagração episcopal em 28 de maio de 1978, e se tornou o primeiro sacerdote diocesano a assumir o governo pastoral da arquidiocese bávara em 80 anos.

Seu lema episcopal foi “Colaborador da Verdade”. Em 27 de junho do mesmo ano, se tornou cardeal. Em agosto de 1978, participou do conclave que elegeu João Paulo I como o novo Papa. Ele também participou, em outubro do mesmo ano do conclave que elegeu João Paulo II, após a morte repentina de João Paulo I.

O novo Papa o ordenou Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé – órgão que substituiu o tribunal da Inquisição, e do qual foi guardião por 23 anos - e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional em 1981. Em 1982, Ratzinger renunciou ao governo pastoral da arquidiocese de Munique.

Por seis anos, Velletri-Segni foi presidente da comissão encarregada de preparar o Catecismo da Igreja Católica, apresentando o novo Catecismo a João Paulo II em 1992.

Em 1998, foi eleito vice-decano do Colégio Cardinalício. Em 2002, se tornou membro honorário da Academia Pontifícia das Ciências. Em 2002, sua eleição para Decano foi aprovada.

Eleição

Após a morte de João Paulo II em 2 de abril de 2005, o Colégio de Cardeais se reuniu em um conclave para eleger o novo Papa. Cardeais de todo o mundo foram a Roma para a reunião, que começou no dia 18 de abril. No dia 19, Ratzinger foi anunciado como o novo Papa.

Durante o conclave, os cardeais ficaram dentro do Vaticano e não puderam ter acesso ao telefone, rádio ou à televisão. Na época, havia 117 cardeais com menos de 80 anos, autorizados a votar no novo Papa. Dois foram ausentes, e 115 participaram do conclave.

Foram necessárias quatro votações para que um único nome recebesse mais de dois terços dos votos. Na noite do dia 18, após uma primeira votação, a chaminé da Capela Sistina soltou uma fumaça preta, indicando que não houve um consenso sobre o nome do novo Papa.

Na Praça São Pedro, fiéis não conseguiram identificar a cor da fumaça, e chegaram a achar que ela era branca, o que representaria a escolha do Papa. Na manhã do dia 19, os cardeais fizeram duas novas votações a portas fechadas, e novamente a fumaça preta saiu da chaminé da Capela.

Apenas no fim da tarde do dia 19, após um a quarta votação, a chaminé soltou uma fumaça branca, indicando que o Papa havia sido escolhido. Novamente, houve uma confusão, e a cor da fumaça não foi identificada prontamente. Pouco depois, os sinos do Vaticano soaram, confirmando uma resolução.

Depois de 45 minutos, o nome de Ratzinger foi anunciado, e ele apareceu na varanda da Basílica de São Pedro, de onde fez o seguinte pronunciamento:

“Amados Irmãos e Irmãs,

Depois do grande Papa João Paulo II, os Senhores Cardeais elegeram-me, simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor.Consola-me saber que o Senhor sabe trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes. E, sobretudo, recomendo-me às vossas orações.Na alegria do Senhor Ressuscitado, confiantes na sua ajuda permanente, vamos em frente. O Senhor ajudar-nos-á. Maria, sua Mãe Santíssima, está conosco. 

Obrigado!”

Ratzinger optou por adotar o nome papal de Benedicto XVI – traduzido em português para Bento XVI. Antes dele, o último Papa a adotar o nome de Bento havia sido o italiano Giacomo della Chiesa, entre 1914 e 1922, o Bento XV. São Bento foi o fundador da Ordem Beneditina e é o padroeiro da Europa.

Bento XVI foi formalmente instalado como Papa em 24 de abril de 2005, com uma grande missa celebrada na Praça São Pedro. Durante seu discurso, o Papa chamou pelos judeus e pediu uma maior união entre todas as doutrinas cristãs. A missa, realizada a céu aberto, reuniu líderes de estado de todo o mundo e cerca de 500 mil católicos.

O novo Papa disse que seu principal papel era o de apresentar um programa de governança para a Igreja e perseguir suas próprias ideias, ouvindo a voz de Deus e sendo guiado por ela.

Papado

Conhecido por suas visões rígidas sobre os dogmas do Catolicismo, Bento XVI buscou uma imagem de um Papa mais inclusivo. Apesar disso, não se viu livre das polêmicas.

Desde o início de sua trajetória na Igreja Católica, ele se posicionou contra a homossexualidade e a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, o que se manteve durante seu papado.

As declarações mais fortes sobre o assunto foram dadas no início de 2012, quando o Papa afirmou que o casamento homossexual é uma das várias ameaças atuais à família tradicional, pondo em xeque "o próprio futuro da humanidade".

Em dezembro de 2012, ele afirmou que o aborto, o casamento gay e a eutanásia colocam em perigo a paz.

Ainda em 2005, ele aprovou um documento proibindo a admissão de homossexuais em seminários. Em 2007, participando de uma conferência internacional da Pastoral da Saúde, ele reiterou sua posição contra a eutanásia. Em 2008, o pontífice ressaltou sua posição contra o aborto, os métodos contraceptivos e os métodos artificiais de fertilização.

Apesar das posições conservadoras, Bento XVI realizou encontros com líderes de outras religiões e tentou buscar pontos em comum entre as doutrinas.

Mesmo assim, causou desconfortos ao, em 2006, falar sobre a posição do imperador bizantino Manuel II Paleólogo sobre os laços entre o Islã e a violência, irritando muçulmanos. Em 2007, ele disse que a Igreja Católica é a “única verdadeira” e a “única que salva”, irritando os protestantes.

Em março de 2009, a caminho da África, o Papa declarou que não se podia "resolver o problema da Aids com a distribuição de preservativos". "Ao contrário, isso agrava o problema". Houve uma repercussão muito negativa de políticos e associações civis.

O levantamento da excomunhão de quatro bispos fundamentalistas, entre eles o negacionista Richard Williamson, foi motivo de uma grande controvérsia, em janeiro de 2009. A decisão de retomar o processo de beatificação de Pio XII, acusado de ter guardado silêncio durante o Holocausto, também não ajudou a aumentar sua popularidade.

O Papa também se envolveu em algumas polêmicas políticas. Em 2009, o cardeal Raffaele Martino causou polêmica ao dizer que Israel havia transformado a Faixa de Gaza em um campo de concentração. O governo de Israel se irritou com o posicionamento.

Durante seu pontificado, Bento XVI nomeou 90 novos cardeais, em cinco consistórios até 2012.

Pedofilia

Entre 2009 e 2010, estourou o escândalo de casos de pedofilia no clero da Irlanda, somando-se a outros casos semelhantes na Europa e nos Estados Unidos. O Papa foi condenado pela imprensa internacional por seu silêncio e falta de ação diante dos casos, principalmente quando foi arcebispo de Munique e chefe da Congregação para a Doutrina da Fé.

Enquanto prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, ex-tribunal do Santo Ofício, de 1981 a 2005, Ratzinger estava em posição privilegiada para se dar conta da gravidade do fenômeno.

Segundo o jornal “New York Times”, Bento XVI teria se recusado a punir, em 1996, um padre americano acusado de ter molestado, repetidamente, 200 crianças surdas.

O Vaticano justificou, explicando que Ratzinger não havia sido informado senão 20 anos depois, quando o padre em questão estava velho e doente.

Em 2010, o jornal americano também acusou Bento XVI, então arcebispo de Munique, de ter deixado um sacerdote pedófilo alemão retomar suas atividades numa paróquia, sob o risco de cometer novos abusos. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, desmentiu.

Atentados

O Papa sofreu dois grandes incidentes que lhe causaram algum risco.

Em 2007, um alemão conseguiu ultrapassar o bloqueio de segurança na Praça São Pedro, saltando sobre uma barricada para tentar entrar no veículo que transportava o Papa. Bento XVI circulava entre os fiéis.

Os guardas de segurança que acompanham a pé o Pontífice durante o percurso foram imediatamente até o homem, impedindo que entrasse no veículo, ao qual tinha se agarrado, e o imobilizaram no chão. O Papa não percebeu a confusão.

O homem foi levado para um centro médico, interrogado pela segurança do Vaticano e depois entregue à polícia.

Em 2009, uma mulher identificada como Susanna Maiolo, de 25 anos, ultrapassou a segurança na Basílica de São Pedro e puxou o Papa, derrubando-o ao chão, durante a Missa do Galo.

Na confusão, também caiu no chão o cardeal francês Roger Etchegaray, de 87 anos. Ele quebrou uma parte do fêmur e precisou passar por uma cirurgia.

O Papa caiu rapidamente, mas foi auxiliado e se levantou logo em seguida. Bento XVI não teve ferimentos sérios e continuou a celebração após o susto. A mulher foi detida e encaminhada a um hospital, onde foi internada na ala psiquiátrica.

Um ano antes, em 2008, a mesma mulher havia tentado ultrapassar as barreiras de segurança, mas foi detida antes de chegar ao Papa.

Vatileaks

Em janeiro de 2012 estourou o escândalo batizado de Vatileaks, no qual documentos confidenciais que vazaram para a mídia italiana confirmaram as lutas internas para o cumprimento das normas sobre a transparência na igreja.

Uma série de cartas confidenciais ao Papa Bento XVI sobre temas delicados, como as intrigas do Vaticano ou os escândalos sexuais do padre mexicano Marcial Maciel, em um livro gerou desconcerto e incômodo na Santa Sé.

Este é mais comprometedor vazamento de documentos na história recente do Vaticano, que, por isso, anunciou ações legais contra o que classificou de "crime".

Em maio, o mordomo do Papa, Paolo Gabriele, foi preso sob a acusação de ter vazado os documentos. Gabriele trabalhava desde 2006 em aposentos do Papa.

Após o vazamento, Bento XVI reafirmou a confiança em seus "colaboradores mais próximos" e destacou que as "hipóteses" que se multiplicam na imprensa italiana após o escândalo "dão uma imagem do Vaticano que não corresponde à realidade".

Em junho, Bento XVI renovou parte da Cúria Romana, o governo central da Igreja, com uma série de nomeações decididas em meio aos escândalos que atingiram o Vaticano, provocados pelo vazamento de documentos secretos do pontífice.

Gabriele foi julgado em outubro de 2012 e condenado pelo Tribunal do Vaticano a 18 meses de prisão por “roubo agravado”. Ele cumpre pena em uma cela do Vaticano. Até o julgamento, ele permaneceu em prisão domiciliar.

Durante as investigações, o técnico de informática Claudio Sciarpelletti foi apontado como cúmplice de Gabriele. Sciarpelletti foi condenado a dois meses de prisão com suspensão.

Sciarpelletti trabalhava para a Secretaria de Estado, governo central da Santa Sé. Durante a primeira audiência do julgamento sobre o caso, em 29 de setembro, os juízes estabeleceram que o papel de Sciarpelletti foi secundário, pois ele se limitou a transportar ou conservar envelopes cujo conteúdo não era confidencial.

Visita ao Brasil

Bento XVI visitou o Brasil em maio de 2007, entre os dias 9 e 13, para dar início à 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, em Aparecida, no interior de São Paulo. Foi nesta ocasião que Frei Galvão foi canonizado, tornando-se Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, o primeiro santo nascido no Brasil.

A cerimônia de canonização, realizada em 11 de maio durante missa no Campo de Marte, foi marcada pelas críticas do Papa à mídia que, segundo o pontífice, menospreza a instituição do casamento e faz pouco dos apelos pela virgindade dos solteiros. Cerca de 1,2 milhão de pessoas acompanharam a cerimônia.

A passagem do Papa pelo Brasil foi marcada por discursos de chamada às ideias defendidas pela igreja.

A visita teve dois momentos bem marcados, com audiências de diferente extensão. Em São Paulo, logo no primeiro discurso, ainda no aeroporto, Bento XVI falou ao mundo quando rejeitou a pesquisa com embriões, o aborto e a eutanásia. Em Aparecida, dirigiu-se mais à América Latina.

No segundo dia da visita, o Papa não falou apenas aos 41 mil jovens no Estádio do Pacaembu, na Zona Oeste de São Paulo, ao pedir castidade "dentro e fora" do casamento.

Na abertura da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, em Aparecida, na última jornada, o Papa Bento XVI aproveitou para ditar os caminhos que espera que a Igreja tome no Brasil e no resto da região. Em dois discursos, pediu aos católicos mais fé e menos ideologia que, de acordo com ele, fracassou tanto na face capitalista quanto na face socialista. Cerca de 150 mil pessoas acompanharam a abertura da conferência.

Como nota final, deixou duas polêmicas para trás: negou que a Igreja tenha batizado à força os nativos do continente americano-- silenciando-se sobre as matanças que acompanharam a evangelização na América-- e pediu que os governos apoiem as mulheres que querem ficar em casa, para cuidar dos filhos.

Fonte: g1.globo.com/mundo.

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