Ele me ama.

Eu não queria aceitar as pessoas como elas são, mas tenho que aceitá-las. Eu queria mudar as pessoas, mas não posso. Eu as engulo. Minha garganta irrita-se com estas aceitações maléficas. 

Não irei ao meu otorrinolaringologista. Ele receitará uma panaceia. Má ideia.  Doerá minha traqueia. Eu não preciso disto. Eu preciso de reflexão, meditação, concentração.

Estou metido em uma grande confusão.

Não. Eu que preciso mudar. O mundo não irá mudar. Por que o mundo é assim? Serei obrigado a conviver com esta hipocrisia pelo resto de minha vida?

Por que os hipócritas não mudam? Por que eu tenho que mudar? Já mudei tanto. Irei mudar novamente?

Quando fui mau, chamavam-me de cretino. Quando fui bom, chamaram de beduíno. Que serei agora? Qual será o meu destino? Já falei. Não vou mudar as pessoas, mas também não quero que me mudem.

Deixem-me ser do meu jeito. Perfeito ou imperfeito.

Por que a vida me deixou assim?  Não solicitei. Não implorei. Por que a vida me ensinou? Eu não pedi para aprender. Minha vida, minha professora, porque você também não ensina aos meus amigos e também aos meus inimigos?

Meus inimigos são aqueles que não me aceitam como eu sou. Eu não aceito as pessoas como elas são, mas nem por isso serei seu inimigo.

As pessoas são e serão sempre como são. Até o dia que quiserem, ou que lhes convierem. Deixe para lá. Tem um Deus lá em cima que sabe do meu drama.

Ele me ama.