Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado. Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirínio era governador da Síria. E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. Subiu também José, da Galileia, da cidade de Nazaré, à cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.
Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz, pois a verdadeira Luz, que alumia a todo homem, estava chegando ao mundo. E teve a seu filho primogênito. Envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. E vimos a Sua Glória, como a Glória do Unigênito do Pai.
EXPLICAÇÕES DO AUTOR
CÉSAR AUGUSTO.
Governou Roma e o mundo no período de 31 a.C. a 14 d.C. Seu nome original era Otávio e adotou o título César com o objetivo de homenagear o antecessor e agregar o carisma de Júlio, o primeiro César. Com isto, deu origem ao clã cesariano. Otávio cultuava a si mesmo como um deus e, ególatra, autodenominou-se Augusto, que quer dizer “venerável” ou “digno de veneração”.
Nas províncias dominadas ao redor do mundo, seus generais e procuradores o louvavam como filius dei (filho de deus) e lhe dedicavam templos e cidades, como Cesareia, na Judeia, construída por Herodes, o Grande.
Foi de Roma a ideia de usar a moeda como o meio mais eficiente e duradouro para divulgar esta devoção ao “divino César”. Um denário de prata, daquela época, trazia a efígie de César em relevo e a inscrição T. CAESAR DIVI AVG. F. AVGVSTVS, que significa: “Tibério César Divino Augusto, filho do Augusto”.
Foi justamente este “venerável” imperador que Deus usou para fazer o decreto do recenseamento mundial e, com isto, preparar a Terra para receber o Divino Rei do Universo, o Único e Verdadeiro Filius Dei que é digno de ser louvado e adorado.
PARA QUE TODO O MUNDO.
O Império Romano havia dominado o mundo e se espalhado por uma extensão territorial de quase cinco mil quilômetros, que ia da África à Ásia, passando por toda Europa, numa região que envolve, hoje, mais de cinquenta países.
O mundo todo tinha um único imperador, um único exército, um único Código de leis e uma única moeda. Roma impunha o seu modo de vida ao mundo, que vivia a Pax Romana, ironicamente garantida pela força do seu incrível poderio bélico. É por esta causa que o decreto de César Augusto foi prontamente obedecido em Israel.
FOSSE RECENSEADO.
Mais do que simplesmente querer saber o número de habitantes, o Imperador decretava o censo porque cobrava de cada pessoa um imposto chamado tributum capitis, equivalente a um dia de salário, ou “um denário per capita”. Sabendo o número exato de habitantes, não havia como os governadores locais desviarem ou sonegarem o imposto que Roma cobrava por cabeça.
E TODOS IAM ALISTAR-SE, CADA UM À SUA PRÓPRIA CIDADE.
Para facilitar o controle e a cobrança deste imposto, o decreto de César determinava que cada um se cadastrasse na sua cidade natal.
SUBIU TAMBÉM JOSÉ... À CIDADE DE DAVI, CHAMADA BELÉM, PORQUE ERA DA CASA E FAMÍLIA DE DAVI.
José morava em Nazaré, na Galileia, e era descendente do rei Davi. Em obediência ao decreto, viajou cerca de 122 quilômetros até Belém, sua cidade natal, que ficava na Judeia.
A FIM DE ALISTAR-SE COM MARIA.
Apesar de sua esposa estar grávida, José foi obrigado a levar a mulher para se cadastrar, pois, da mesma forma, Maria era descendente do rei Davi.
ENQUANTO ESTAVAM ALI, CHEGOU O TEMPO EM QUE ELA HAVIA DE DAR À LUZ.
José pensava que cumpria apenas um decreto de César e nem imaginava que, na verdade, estava cumprindo o Decreto do Altíssimo, escrito no livro de Miqueias, cerca de 750 a.C., que determinava que o Messias deveria nascer na inexpressiva Belém:“Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti é que me sairá Aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da Eternidade” (Mq 5:2).
E por que Belém? Além do Decreto de Deus, havia outros motivos:
1 - Esta é a mesma cidade em que nasceu Davi – o rei ungido de Deus.
2 - Porque Deus não se esqueceu da promessa feita a Davi, por intermédio do profeta Natã: “A tua casa, porém, e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre” (II Sm 7:16).
Beth lehem, em hebraico, quer dizer “Casa do Pão”. É ali que tem de nascer “O Pão da Vida” (Jo 6:48).Davi foi o ungido temporário. Jesus é O Ungido Eterno de Deus.O extraordinário poder de Deus sobre toda a Terra: As peças que Deus moveu para que Jesus nascesse em Belém, e não em outra cidade, realmente dão o que pensar sobre o Seu extraordinário Poder para controlar tudo e cumprir a Sua vontade, planejada muito tempo antes. Veja só:
1 - Deus moveu o coração do homem mais poderoso do mundo, entronizado a 2.250 quilômetros de distância, para que César elaborasse um decreto mundial, que obrigou José e Maria a sair de Nazaré e viajar até Belém, onde Jesus teria de nascer.
2 - Deus calculou tudo cuidadosamente para que, entre a divulgação e o cumprimento do decreto em Israel, a mobilização do casal sagrado numa longa e difícil viagem a Belém coincidisse exatamente com o tempo em que ela deveria dá-Lo à Luz.
3 - José e Maria são descendentes do rei Davi e este é um dos motivos por que Deus escolheu aquele casal: Jesus, tanto por parte do pai adotivo como por parte de mãe é descendente do rei Davi e, por isso, tem direito real e legítimo ao Trono de Israel.
NÃO HAVIA LUGAR PARA ELES NA ESTALAGEM.
A ida de tantos belemitas provocou superlotação na pequena Belém, que não tinha infraestrutura hoteleira para acomodar toda aquela gente. É curioso que o mesmo Deus que calcula tudo tão antecipadamente não se tenha preocupado em fazer uma “reserva” na estalagem. Na verdade, isto foi intencional e profético, pois o Senhor já demonstrava que os homens não Lhe dariam lugar.
Fonte: http://www.pregadoresdotelhado.org.br/
Retirado do livro "O evangelho reunido".