Nós deixamos de viver a morte


Quando a ex-mulher de um amigo morreu, deixando uma filha de 14 anos, não era a primeira vez que Alexandre Caldini sentia a necessidade de amenizar o sofrimento da morte com seus conhecimentos espíritas. 
O objetivo era bem antigo e tinha fracassado em tentativas anteriores, mas, ao ver de perto a tristeza e a inquietude da adolescente de nome Maria, a inspiração chegou de forma abruta e, em duas semanas, o livro estava pronto. Assim nasceu "A Morte na Visão do Espiritismo", obra de 200 páginas, com quatro capítulos, lançada em Fortaleza em julho.

Nesta entrevista, Alexandre deixa de lado, por uma hora, o conturbado momento econômico do Brasil e fala de doutrina espírita, reencarnação, resgate, ciência e esperança; pede que as pessoas discutam abertamente a morte, a encarem com mais serenidade e invistam em conhecimento, bondade, caridade na busca do efetivo desapego para uma vida melhor.

O POVO - Qual foi o seu principal objetivo ao escrever sobre a morte, um tema sempre cercado de tabus?
Alexandre Caldini - Foi compartilhar o conhecimento da doutrina espírita em relação ao assunto. Eu queria traduzir de uma forma não hermética, usando uma linguagem acessível, leve, quase beirando o humor, e que fosse mais palatável para mais pessoas compreenderem. 
Mas o livro é muito mais sobre a vida do que sobre a morte, algo como a busca de como se viver bem, trazendo benefício para todos nós. Isso fará com que a morte seja mais tranquila, seja para o budista, para o judeu, ateu, agnóstico, católico ou qualquer outra religião que busca uma vida melhor.

OP - Como a ideia do livro surgiu?
Caldini - Sou espírita desde os 25 anos e comecei a pensar mais fortemente há uns 10 anos, quando o filho de uma amiga minha, jornalista, faleceu. Ele passou no vestibular, foi comemorar, bateu o carro numa árvore e morreu. 
Eu vi de perto a dor dessa mãe, desse pai e comecei a pensar como minimizar essa dor se as pessoas compreendessem a morte de uma forma mais leve e mais tranquila. Veio, então, a ideia de escrever o livro e eu até comecei, mas ficou muito ruim. Alguns anos depois, um dia eu ligo para um amigo e a ex-mulher dele tinha acabado de falecer. Desse casamento havia uma filha, Maria, de 14 anos e eu a convidei para conversarmos. 
Depois dessa conversa de 50 minutos e no final daquele mês entre o Natal e o Ano Novo, escrevi o livro em duas semanas, como se fosse uma conversa minha com a Maria, tirando dúvidas, um diálogo que serviria para qualquer pessoa. Passei um ano corrigindo o livro entre os fins de semana e as viagens, e lançamos. Foi um pensar sobre uma angústia humana e como eu poderia contribuir para as pessoas levarem melhor esse momento.

OP - Qual a sua percepção de como as pessoas encaram a morte?
Caldini - Muitas pessoas não encaram, desviam o olhar, fingem que não existe. É compreensível, mas é a pior solução. Eu defendo que a gente de fato encare, raciocine sobre. Tem bastante coisa do Séneca (filósofo) que eu leio muito. 
Ele diz que o cárcere, a doença, o exílio e a morte são coisas comuns e que acontecem a todos. E se acontecem a todos, pode acontecer comigo. Esse é um pensamento muito rico. Temos que estar preparados para tudo; então, o que eu defendo o tempo todo é compreender e, claro, cada um reage de uma forma. Se a gente discutir mais a morte de fato e ela ficar mais comum, será mais fácil encarar uma situação que nós todos passaremos. 
No passado, a morte era mais presente. Nas cidades pequenas, eu sou de Sorocaba, que nem era tão pequena assim, os caixões ficavam ali expostos na praça, do lado do banco, do correio e aquilo era um negócio fascinante. As crianças iam aos velórios, os corpos eram velados em casa. Tudo isso mudou. 
Hoje se morre no hospital, ninguém vê, as famílias reconhecem e pronto. Nós deixamos de viver a morte e, como não se vive, se estranha quando acontece. 
Outro ponto é que ficamos presos ao fato de que a morte tem que obedecer a uma ordem cronológica, e isso não é verdadeiro. Gente jovem morre, gente saudável morre, filhos morrem antes dos pais. Compreender e discutir isso. 
A outra coisa muito importante que temos a que estar atentos é o desapego. Essa é a minha casa, este é o meu carro, a minha filha, o meu pai, meu irmão. Tudo o que é meu, eu sinto muita falta na hora que eu perco. Temos que encerar tudo de forma mais leve, inclusive em relação ao dinheiro, a comida e também a morte.

OP - O espírita tem um conforto maior por causa da crença na reencarnação?
Caldini - Não sei se isso é fundamental, mas é importante. É uma premissa básica da doutrina, mas a maioria da população do globo acredita na reencarnação por conta das religiões e filosofias asiáticas. 
Agora, muito mais importante do que a acreditar na reencarnação para se ficar bem numa situação de morte é compreender a vida, como você se relaciona com as pessoas e como ter o menor apego possível das coisas concretas e físicas.

OP - O que mais o processo de reencarnação ensina?
Caldini - Vamos pegar como exemplo um político corrupto. O cara é um horror, pinta e borda, faz o que quer, rouba e a justiça não pega esse cara. Todo mundo pensa que é um absurdo, questiona onde está Deus que não faz nada. 
Aí, a gente vê uma criança nascendo absolutamente deformada, deficiente, com todo tipo de problema de saúde e as pessoas falam a mesma coisa. Caramba, não tem Deus, coitadinho, como um bebê pode nascer assim? Mas o que acontece é que nós não percebemos que é a mesma pessoa! Desencarnou ali e encarnou aqui. 
Há uma relação entre as diversas reencarnações e aí tem um resgate, um aprendizado, as consequências e por isso que se nasce assim. Agora, vamos esquecer a punição, que nem é punição, é um aprendizado, mas também dá para compreender que eu preciso passar por todas as experiências possíveis. 
Tenho que nascer diversas vezes como homem, como mulher, rico, pobre, numa grande cidade, num vilarejo e assim por diante. Temos que aprender um pouco de tudo para poder saber como lidar com todas as situações. Isso tudo, entretanto, não faz com que eu me exima de ajudar o outro. A gente tem que ter inteligência para socorrer o outro. 
Claro que cada um tem que passar por experiências de sofrimento, do carma, mas, se eu tenho condições de ajudar, eu tenho que ajudar! Isso que é a vida e não há destino pré-determinado para sempre.

OP - As diferentes formas de morrer influenciam na compreensão ou não das pessoas?

Caldini - Sim, e eu trato algumas delas no livro. Falo do suicídio, do homicídio, de acidentes, de eutanásia e do aborto. Agora, em essência, a forma do desencarne tem a ver com a história da pessoa. 
Eu escrevo também que nós nos preocupamos demais em acumular dinheiro para ter uma vida confortável e não nos preocupamos em acumular conhecimento que vai nos garantir uma morte mais confortável. 
Assim, por mais traumática que seja a morte, ter conhecimento - e não é do espiritismo apenas - mas da filosofia, do humanismo e da tranquilidade tudo fica menos pesado na nossa vida, inclusive a morte.

OP - Enquanto você escrevia o livro, sentiu que alguém de outro plano espiritual o ajudava?

Caldini - Não senti nada espiritual, apenas a presença da minha mulher, que está bem viva (risos). Eu tenho mediunidade para psicografar, mas o livro não é psicografado. Até acho que tive influência, mas nada que eu conseguisse identificar. E acho que tive porque foi um livro que saiu tão fácil, tão gostoso, me deu tanto prazer escrever e me dá tanta recompensa emocional que devo ter tido alguma inspiração, sim, mas nada que eu tivesse identificado.
OP - Quais as pessoas que você perdeu e mais se lembrava ?

Caldini - Respondo já, porque, antes, quero abordar o perder. O que é perder? Perdeu tal pessoa por qual motivo? Olha o tempo que você viveu junto, como foi bacana, então você ganhou, não perdeu! Na televisão, toda hora que morreu alguém famoso se diz que é uma grande perda para a política, para a economia, mas quem disse que é perda? 
A outra coisa é que as pessoas ficam com dó de quem morreu, mas por qual motivo dó? Quem falou que o cara está pior? Ele pode estar muito melhor. Aqui por acaso é o paraíso? Um lugar maravilhoso, com violência, com poluição, com crime, desonestidade, falta de ética? 
O espiritismo diz que não. Muitos falam algo como “nossa, tão bom, morreu, coitado”. Não é isso! Ele morreu porque era bom, não precisava mais continuar aqui. É como se você imaginar dois condenados que estão convivendo juntos na cadeia e um vai sair primeiro. 
Um fica insistindo para o outro não ir, exercitando o apego, mas é muito melhor ele sair. Assim ocorre quando a gente quer segurar alguém aqui. Se é bom, está bem, não precisa mais ficar nesse mundo onde se sente dor, vai viver uma vida melhor, mais tranquila em outro plano. 
Agora, respondendo ao seu questionamento, pensei muito na minha avó Amália durante o livro, que era uma pessoa espetacular, que assim como a minha mãe achava que tudo se resolvia com a força da mente.

OP - O que falta para as pessoas se aproximarem mais do espiritismo?

Caldini - Não importa acreditar no espiritismo. O próprio Allan Kardec (o codificador do espiritismo) falava que no futuro nem todos serão espíritas, mas todas a religiões e filosofias serão espiritualizadas. Não precisa ser espírita, mas é preciso ser bom caráter, estar a fim de melhorar. O que falta é entender a dor porque tem dor sobrando por aí. 
A pessoa vai quebrando a cara até a hora que vai perceber que não está dando certo. Não está dando certo beber, brigar com a mulher, sacanear nos preços das coisas. Assim vamos aprendendo, pela dor, um caminho melhor. Pela teoria espírita hoje, a Terra passa de um planeta de prova e expiação onde o mal prepondera diante do bem para um planeta de regeneração onde o bem prepondera sobre o mal. 
Olha o que era a Idade Média, onde as pessoas empalavam as outras. Não será o paraíso mas já temos mais gente querendo fazer o bem do que o mal. E eu vejo isso em todos os lugares, aqui, em Londres, em todo canto. É um momento de depuração e as pessoas estão tentando achar situações mais interessantes. Quem não quiser não tem importância, mas vai sofrer um pouquinho mais.

OP - As pessoas procuram o espiritismo pela dor ou por amor?

Caldini - Pela dor, essencialmente. Pode ser pela dor de uma doença, pela dor pela morte de alguém, pelo desemprego, pela solidão afetiva de não achar marido ou mulher, mas tem uma dor que é aquele vazio que a pessoa sente, mesmo que esteja bem no trabalho, em casa. Essa é uma dor menor, mas que leva muita gente ao espiritismo. Agora, tem gente que vai por amor, porque quer fazer um bem para a humanidade. É um caminho também.

OP - Há muito intolerância com quem se diz espírita?

Caldini - Muito menos! Quando eu comecei a conhecer a doutrina, há 25 anos, e comentava nas empresas, havia um certo estranhamento. Hoje não há, mas ainda é inusitado e só aos poucos se abre um caminho para a pessoa se identificar como espírita. Mas há muito mais compreensão, tolerância. No exterior é mais difícil. Quando eu comento, as pessoas não entendem muito bem o que estou falando e preciso explicar um pouco mais. Agora, no Brasil, vale lembrar, o espiritismo era ilegal até meados do século passado. É algo recente, portanto.

OP - No trabalho você comanda muita gente. Como colocar os ensinamentos espíritas no dia a dia em que decisões que mudam as vidas das pessoas precisam ser tomadas o tempo todo?

Caldini - Com muito cuidado, alguma preocupação e bastante delicadeza. Eu tento evitar muito e espero estar conseguindo não ser doutrinário, ficar insistindo para as pessoas se tornarem espíritas. Por outro lado, todos sabem da minha linha de pensamento e isso nunca me atrapalhou, pelo contrário. 
Essa minha sinceridade foi responsável por grandes conversas que eu tive ao longo da minha carreira. E eu não acredito que se faça nada se não for pelo exemplo, não para ser exemplo para os outros, algo arrogante, mas na boa, tratar cada um como tem que ser, com deferência, com cuidado, agora entendendo que resultado na empresa está em primeiro lugar. 
Se eu não der resultado, os caras me demitem, mas curiosamente não são coisas incoerentes, são complementares. O resultado vem não apesar disso e, sim, exatamente por isso. Se você age da forma mais transparente e mais correta e honesta possível, as pessoas reconhecem isso e ocorre uma contaminação positiva. 
Numa organização, também funciona assim. Quem não praticar o bem vai começar a se sentir deslocado e vai ser expurgado daquela ambiente. Ou a pessoa se encaixa ou está fora, mas eu acho que na essência as pessoas são boas e seguem exemplos positivos.

OP - Como o espiritismo explica a desigualdade pelo mundo?

Caldini - Essa pergunta é muito interessante, porque tem gente que nasce em berço de ouro e está acabado e tem gente que nasce aparentemente num ambiente pobre, mas está bem. Claro, temos que relativizar essas duas coisas, mas quero dizer que nem sempre é bom nascer na riqueza e nem sempre é horrível nascer na pobreza. 
Agora, vamos imaginar dois irmãos gêmeos idênticos. Esse aqui dá tudo certo para ele, a vida parece sorrir, tudo bacana, mas o outro a vida é uma desgraça, tudo dá errado, bate a cabeça, só se ferra. As pessoas pensam assim: como pode se eles são irmãos gêmeos, iguaizinhos? Não é que Deus privilegiou esse aqui e largou o outro. Não é isso! É que nós não temos a capacidade de ver o passado. 
O irmão que é feliz é um espírito mais velho, que se esforçou mais para chegar num resultado melhor, já abriu mão de muita besteira, já não se importa muito com o luxo. O outro é um espírito mais novo, mais bobinho, ele quebra mais a cabeça. É natural que eles não tenham a mesma felicidade, mas a vida é dura para os dois, mas um resolve melhor porque não se importa com bobagens.

OP - Falamos muito de morte, mas como é a melhor maneira de se viver?

Caldini - Estar bem consigo o tempo todo. No livro eu abordo essa situação e pergunto quem é o seu melhor amigo e o seu pior inimigo. Somos nós mesmos! Preciso estar bem comigo o tempo todo. Não que não devemos ter pessoas que gostem da gente ou que nos ajudem, mas a gente tem que ser nosso principal recurso e isso nos dá sossego. Costumo dizer que rico é aquele que tem menos necessidades. Ter poucas necessidades é ótimo. Eu posso ter dois iates e querer um terceiro de qualquer jeito, ser inconformado. Hoje vivemos a angústia da pressa, que é muito danosa. O anseio pelo consumo e pelo prazer imediato complica a vida e é perigoso. Essa situação nos faz muito mal.

OP - O Brasil vive mais um momento em que política e religião caminham juntas e há episódios de intolerância. É preocupante?

Caldini - A intolerância é perigosa, e acho que o Brasil vive um momento perigoso, sim. O grande diferencial do País e não ter essa intolerância. Minha família, por exemplo, são cinco irmãos. A mais velha é casada com um judeu. A segunda é espírita. A terceira é supercatólica, casada com um ateu. Meu irmão é católico como a esposa. 
E eu, minha mulher e meu filho somos espíritas. Essa é a beleza do Brasil, e temos que preservar isso. Pensando a longo prazo, o que isso vai representar para o País daqui a sete mil anos? Se tem eternidade e o espírito é imortal, sete mil anos não é nada! E ficamos pensando muito nos próximos 12, 20 ou 50 anos.

OP - O espiritismo não é religião, mas qual a melhor?

Caldini - Depende de cada um. O espiritismo é ciência e filosofia, tanto que há judeus espíritas, católicos espíritas e por aí vai. A melhor religião é aquela que fala com a pessoa! Se tem uma religião que fala para o cara parar de beber porque, se não, o diabo aparece para pegá-lo, e isso funciona, está ótimo! 
Não bata na sua mulher que o diabo também vem e te pega! Funciona? Ótimo! Acho que depende de como ela consegue conversar com as pessoas, mas entendo que todas são muito boas. Outro dia, eu levei na empresa que eu trabalho para um debate um sheik e um rabino. 
Os dois mostraram um discurso fantástico, com ideias muito parecidas, ambos muito coerentes, mas o que difere é a política humana e como os homens, os governos, usam das religiões para defender interesses políticos, às vezes ruins. 
Mas a essência é a mesma, ou seja, o amor, o respeito mútuo, a ajuda mútua. Evidente que também vemos o extremo. Gente que degola gente e assim por diante, mas é erro do homem, não da religião.

OP - O que o espiritismo e você pensam sobre aborto e eutanásia?

Caldini - O espiritismo, de forma absolutamente radical. Eu, com alguma dificuldade de ser radical, por compreender que o caso da eutanásia é uma questão complexa, exige um custo enorme você manter uma pessoa doente, com cuidadores 24 horas, é muito difícil, um desgaste enorme para as famílias, mas o raciocínio do espiritismo em relação à eutanásia é que todo momento é precioso e talvez no último momento haja uma compreensão de algo que faz falta para o espírito. De qualquer maneira, é proibido no Brasil. 
Sobre o aborto, o espiritismo também é radical, porque você não pode matar ninguém, não pode cometer homicídio e, a partir do momento que ocorreu a união óvulo com espermatozoide, já é ligado um espírito naquele feto. O aborto provocado é um grande problema pela questão do resgate espírita. Imagine três pessoas que eram inimigos numa vida passada e decidem reencarnar depois de muita conversa. 
Dois como casal e um terceiro como filho deste casal. Se ocorre o aborto, há uma quebra de confiança enorme, uma perda de tempo muito grande.

OP - Como o espírita compreende a Bíblia?

Caldini - Não há problema. Várias passagens bíblicas estão no Evangelho Segundo o Espiritismo. Tem São Luís, São Tomás de Aquino, Santo Agostinho. Há vários santos citados ali. O espiritismo é uma filosofia cristã, mas não apenas, porque ela se baseia numa visão de mundo. Eu também fico pensando nos grandes ícones mundiais, como Gandhi, Madre Teresa, Buda e o espiritismo preza todos. Somos cristãos e a Bíblia está totalmente inserida.

OP - E a produção cultural com o tema espiritismo?

Caldini - No Brasil, a estimativa é que sejam entre 20 e 25 milhões de espíritas, fora os simpatizantes. De acordo com o censo, o espírita é o que tem mais anos de estudo entre os que declaram religião no País. É uma população que consome cultura. Temos o cinema e o Ceará tem grande participação nisso, temos o teatro transcendental também.

OP - Entre o otimismo, o realismo e o pessimismo, como o espiritismo encara a vida?

Caldini - Seguramente não é pessimista. Também não sei se é otimista, mas uma vez, quando muitos anos atrás, estava estudando no centro que eu ainda frequento, o Seu Brito, um dos fundadores da casa, me deu uma bronca e me disse que eu estava fazendo errado e falou que o espiritismo é esperança. Mas que tipo de esperança? 
A concreta, real, baseada em fatos e dados. É isso que o espiritismo entrega. E repito: qualquer religião, qualquer filosofia se bem interpretada entrega a mesma coisa! Quando você pensa a longo prazo, nada é tão grave. 
Eu tenho tentado pensar assim. O que é a pior coisa? Perder tudo, saúde, ficar na miséria, morrer, nada é tão grave e esse sossego de pensar assim se aproxima mais do otimismo da vida. Se pensarmos na evolução da humanidade, então, é otimista. 
O espiritismo acredita na evolução das pessoas.

PERFIL



Nascido em Sorocaba (SP), bisneto de italianos, Alexandre Caldini é o presidente da Editora Abril. Na empresa já tinha exercido o cargo de diretor superintendente por mais de 14 anos antes de migrar para a direção executiva do jornal Valor Econômico, experiência que durou dois anos antes do retorno ao grupo atual. 
Formado em Administração de Empresas pela PUC-SP, tem cursos de Educação Executiva na INSEAD (França), Harvard University (EUA) e na London Business School (Inglaterra). Aos 53 anos, já ganhou diversos prêmios de gestão, entre eles o de “Profissional de Veículo do Ano” e o de “Administrador Destaque”, pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo.


Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/paginasazuis/2015/08/17

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