[Desde o ano 975 a.C., data da separação das dez tribos até o fim do reino em 588, vinte reis - todos descendentes de Davi - governaram o reino de Judá. Só alguns foram fiéis a Deus. Tais foram: Josafá (914-889), Joatam (753-738), Ezequias (723-693) e Josias (637-607). Por fim, tanto o rei como o povo tornaram-se infiéis e Deus deixou de os proteger. Nabucodonosor, rei da Babilônia, tomou e destrui Jerusalém e levou em cativeiro para a Babilônia o rei Sedecias e a população. Os maiores profetas que apareceram no reino de Judá foram Isaías e Jeremias.]
ISAÍAS ANUNCIA O MESSIAS
Isaías foi enviado por Deus no último ano de Osias (804-753) e ainda exerceu o ministério profético durante o reinado dos três sucessores deste rei. Com inteira liberdade e nos têrmos mais vivos, repreendeu o povo escolhido sobre suas graves prevaricações e a sua odiosa ingratidão para com Deus. Ameaçou-o com os severos castigos do Senhor e empregou todos os esforços para o reconduzir a Deus. Mas o povo não quis converter-se e, assim, foi correndo para a sua perdição.
As professias messiânicas de Isaías têm especial importância. Ele prediz o nascimento virginal do Messias, a sua divindade, os seus milagres, a sua paixão e morte, seguidas da sua glorificação. Os vaticiínios são tão claros e precisos, que se diria ser ele um evangelista a contar a vida de Jesus: "Uma virgem conceberá e dará à luz um filho e seu nome será Emanuel, isto é, Deus conosco" (Is 7,14) "Nasceu para nós um menino e foi-nos dado um filho: foi posto o principado sobre o seu ombro e ele será chamado Admirável, Conselheiro, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da Paz" (Is 9,5) "Dizei aos corações receosos: não temais, o próprio Deus virá para nos salvar. Então se abrirão os olhos dos cegos e se desempidirão os ouvidos dos surdos, o coxo saltará como um cervo e desatar-se-á a língua dos mudos" (Is 35,4.6)
"Foi desprezado como o último dos homens, foi um homem de dores. Tomou sobre si as nossas fraquezas e dores. Foi ferido por causa de nossos pecados. Foi despedaçado por causa de nossos crimes. O castigo que nos era devido caiu sobre Ele. Fomos curados graças às suas feridas. Ofereceu-se como vítima em sacrifício voluntário, como ovelha que é levada ao matadouro e como cordeiro diante de quem o tosquia; guardou silêncio e nem sequer abriu sua boca" (Is 53,3.7)
"Será invocado pelas nações e será glorioso o seu sepulcro!" (Is 11,10)
ISAÍAS PREDIZ A RUÍNA DO REINO
No 14º ano do seu reinado, o rei Ezequias caiu gravemente doente. Deus mandou-o avisar pelo profeta Isaías de que estava próximo o seu fim. Ezequias pediu a Deus que lhe prolongasse a vida. Comovido com esta súplica, Deus voltou atrás e mandou-lhe dizer por Isaías que lhe daria ainda quinze anos de vida.
Para mostrar que era verdadeira a sua predição, Isaías fez retroceder a sombra do palácio em 10 graus no quadrante solar.
O rei ficou curado mas cometeu o erro de receber uma embaixada do rei da Babilônia, então em guerra com Senaquerib, rei da Assíria.
Deus mandou Isaías dizer ao rei: "Dias virão em que tudo o que teus pais juntaram até hoje se levará para a Babilônia e os teus descendentes ficarão cativos no palácio do rei da Babilônia".
JEREMIAS ASSISTE À RUÍNA DO REINO
Jeremias exerceu o ministério profético durante os últimos cinco reis de Judá, até o exílio da Babilônia. Inacessível ao temor, repreendia o povo pelos seus pecados e anunciava a próxima ruína da cidade santa. Mas ninguém o ouvia, por isso Deus disse ao povo pela sua boca: "Já que não escutastes as minhas palavras, mandarei procurar todos os povos do norte e irei junto de meu servo Nabucodonosor, rei da Babilônia. Mandá-los-ei vir contra esta terra e contra os seus habitantes! Toda esta terra ficará deserta e os seus habitantes ficarão sujeitos ao rei da Babilônia durante 70 anos".
Pela primeira vez, no tempo do rei Joaquim, Nabucodonosor, rei da Babilônia, foi à frente de um numeroso exército cercar Jerusalém e apoderou-se da cidade (606 a.C.). Levou o rei cativo para a Babilônia com grande número de vassalos. Foi o princípio dos 70 anos do cativeiro da Babilônia (606-536 a.C.).
Algum tempo depois, Joaquim conseguiu regressar ao seu reino, mas, três anos mais tarde, revoltou-se contra o rei da Babilônia. Então Nabucodonosor voltou a cercar Jerusalém e Joaquim morreu durante o cêrco. Jeconias, seu filho e sucessor, foi obrigado a render-se ao fim de três meses e foi deportado para a Babilônia com 10 mil vassalos (598 a.C.).
Por sua vez, Sedecias tornou-se rei de Judá, mas desertou. O rei da Babilônia correu sobre Jerusalém, destruiu a cidade e o templo, e deportou o resto da população e o rei para a Babilônia. Deixou apenas o povo humilde dos campos, vinhateiros e lavradores. Assim acabou o reino de Judá (588 a.C.).
JEREMIAS ANUNCIA A VINDA DO MESSIAS
O profeta Jeremias ficou na sua terra. Foi sobre as ruínas da cidade santa que fez ouvir as suas Lamentações.
O Senhor revelara-lhe, porém, que 70 anos depois o povo regressaria.
E no longínquo futuro ele via o Redentor e anunciava-o nestes termos: "Eis que vêm os dias em que suscitarei a Davi um germe justo. Será rei e reinará. Será sábio e praticará a eqüidade e a justiça na terra. Eis o seu nome: O Senhor, nosso Justo!" (Jr 23,5-6).